Chaosphere Recordings
Dezembro 2022
Miguel Correia
Mesmo continuando a não ter o peso de outros estilos musicais, o heavy metal nacional é cada vez mais uma fonte inesgotável de talento e qualidade e um meio com muitas histórias para contar. Olhando um pouco para trás, nelas está registado, entre muitos outros, um nome: Alkateya. Uma banda com mais de 35 anos de carreira e muita relevância dentro do nosso underground que regressa com “Metal Rising”, após cinco anos do último lançamento oficial.
Assim, pela mão da Chaosphere Recordings, este novo disco dos Alkateya é apresentado como mais uma etapa da sua longa e algo instável carreira, trazendo dez temas carregados de adrenalina, entre quais uma nova versão de “Soul’s On Fire (With Rock‘n’Roll)”, lançada em 2017, que conta com as participações muito especiais de António Freitas, Artur Almeida, Fernando Ribeiro, Hugo Soares, Leonel Silva, Phil Mendrix, (naquele que foi o seu ultimo registo de estúdio), Tann, Bruno Jorge, assente mais uma vez no reforço de renovação de apoio à União Zoófila.
A faixa título dá o pontapé de saída para um disco muito forte, sólido, de puro hard ‘n’ heavy, com todo aquele power old school que proliferava pelos sons que definitivamente marcaram uma época e o futuro do género, falo nos brilhantes anos 80. “Metal’s Rising” é abrilhantada com a participação do conhecido Tim “Ripper” Owens, que logo se destaca pelas malhas pesadas e por tudo o que a sua sonoridade nos faz sentir e reviver.
Depois vem um desfilar de temas cheios de riffs e solos muito incisivos de onde destaco: “Lightnings, Thunder, Steel & Fire”, “Black Star” que tem por ali uma introdução a capella servindo de arranque para um tema poderoso, cheio de ritmo e energia. “Midnight Riders”, “Asylum” e “Fire Blade” são para mim outros dos pontos altos, num dos lançamentos mais importantes do ano de 2022 a par dos Xeque-Mate, não querendo de forma alguma menosprezar tudo o que de bom foi feito pelas nossas bandas.
Repito que é por demais evidente a quantidade de lançamentos, dentro do género, de excelente qualidade, mas assistir ao regresso de nomes que nos marcaram desde sempre é algo que se vive de forma muito entusiástica. Pedro Mateus e Pita, (guitarras), Pedro Mendes, (baixo), Vítor Silva, (bateria) e João Pinto na (voz) são a resiliência em pessoa e chegam aqui para dar a conhecer às novas gerações aquilo que é a essência dos Alkateya, num reforço também de que o estilo ainda pode e é relevante, mesmo quando o dão como “morto e enterrado”.
