
Edição de Autor
Novembro 2022


João Paixão
Os Brain for the Masses, apesar de já estarem juntos há onze anos, lançaram agora o seu primeiro EP, intitulado “Monachopsis”. A formação da banda conta com Rui Monteiro nos vocais e a partilhar as guitarras com Miguel Barbosa, André “Goghy” Loureiro no baixo, João Shepperd na bateria e Francisco Gomes nas teclas.
O nome do álbum, “Monachopsis”, surge no “Dicionário das Tristezas Obscuras”, uma obra de John Koenig, descrito como o sentimento subtil, mas persistente, de estar fora de lugar. Os Brain for the Masses não estão fora de lugar, mas também não parecem querer estar no mesmo lugar por muito tempo, isto porque apresentam-nos um trabalho muito dinâmico, que vai beber de várias fontes.
Se em “Bleak”, a primeira faixa, começamos a rasgar com riffs energéticos e vocais pungentes, em “Stay Afloat” encerramos com uma balada que nos tenta afogar na angústia, com uma vocalização ao estilo de Chester Bennington, intercalada com vocais mais ríspidos e uma secção intermédia mais poderosa.
Destaco a quarta e penúltima faixa, “To be Alike”, que, apesar de começar de forma mais contida, está repleta de arranjos aprimorados, vocais dinâmicos e uma boa estrutura, que nos estimula de forma a querermos repetir a mesma.
E é isto que os Brain for the Masses nos apresentam ao longo de 30 minutos, cinco faixas bastante versáteis e distintas, vagueando entre o groove, o melódico, o progressivo e até mesmo o nu metal. A produção de Miguel Tereso, do Demigod Recordings, complementa muito bem a instrumentalização da banda e não sufoca.
No geral, estamos perante um trabalho multifacetado e bem garrido, que demonstra mais uma vez que existe qualidade na cena nacional e nos deixa a pedir por mais.