Views

Haloran Records / Larvae Records
Janeiro 2023

João Paixão

Atravessando as chamas do inferno surgem-nos os Death Feast, um projeto iniciado em 2017 por José Afonso (Decayed), a apresentar o seu terceiro álbum, intitulado “Risen from the Tomb”. A formação da banda conta com J.A a assumir a bateria e a partilhar as guitarras com Nuno Souteiro (Alastor), enquanto que Ângelo Simões (Nethermancy) encarrega-se do baixo e Jorge Divino (Cunnilingus) das vociferações.

Apesar de ser um projeto recente, como mencionado anteriormente, este é já o terceiro álbum, um registo impressionante tendo em conta que todos os membros da banda tem outros projetos ativos. Porém, para quem já conhece o trabalho de José Afonso, sabe que lançar álbuns para o J.A é só mais um dia no escritório.

Como referido pela banda, o propósito dos Death Feast é criar um som que lembre o death thrash do final dos anos 80 de forma a perpetuar este movimento, algo que é bastante conseguido em “Risen from the Tomb”, ainda que com uma dose extra de influências de black metal.

Ao longo das 10 faixas que constroem o álbum, cada uma com a sua personalidade diferente, existem vários momentos de destaque. Após a introdução “The Initiation” damos de caras com “Crossing the Fire”, uma faixa bastante dinâmica, com bons riffs, vocais ao estilo black metal, uma letra que fica na memória e espaço inclusive para Nuno Souteiro brilhar com um admirável solo, fazendo com que esta seja uma das faixas mais fortes e memoráveis do álbum. Mas nem tudo tem de ser tão linear como em “Crossing the Fire”, e é por isso que existem faixas como “Volcano”, que nos tomam de surpresa. “Volcano” aparece no final do álbum, antecedendo a despedida “The Blood Pact” e começa de forma mais contida, parecendo que vai encerrar o álbum de forma pouco arrebatada. Porém, numa mudança de planos que não se previa, vai acelerando e torna-se na faixa com mais sumo de thrash, que nos agarra com a sua velocidade, riffs trovão, uma dupla pedaleira bem firme e mais uma vez, um bom solo.

Existem outras faixas que destaco, tais como “Commandments of Metal” e a faixa que leva o nome do álbum, “Risen from the Tomb”.

“Risen from the Tomb” é um álbum muito completo, com momentos cativantes e uma convicção bastante firme. Sem falsas pretensões e sem exageros, é cru, é puro, é bom.

Death Feast – “Risen from the Tomb”

Discos |