Larvae Records
Maio 2022

João Paixão

Após uma demo tape e um álbum ao vivo, gravado durante a pandemia, os Grindead apresentam-nos o seu álbum de estreia, intitulado “Culture Decline/Machines Arise”.  A formação da banda conta com dois membros antigos dos Genocide, sendo eles o vocalista Luís Gonçalves e o guitarrista Mário Ribeiro, juntando-se a estes o baterista Miguel Brandão (Assassinner) e o baixista David Reis (guitarrista de Bal Onirique).

O álbum conta com 17 faixas, somando 44 minutos de death/grind de qualidade, como o nome da banda sugere. Nestas faixas encontram-se os 5 temas presentes na já mencionada demo tape, lançada em 2019. Alguns destes temas receberam uma abordagem nova, como é o caso da 13ª faixa “Coercion Flag”, outros, tiveram direito a pequenos ajustes e a óbvia melhor qualidade de produção presente no álbum.

Quanto aos novos temas, o álbum começa com uma pequena faixa invertida, seguida de uma introdução e, posteriormente, o primeiro tema completo, intitulado “Suicide Attempt”, sendo claramente um dos mais fortes do álbum, fruto de já ser o terceiro registo em que aparece. Notam-se várias nuances nos temas, tornando a audição mais memorável, porém, mantém-se tudo geralmente dentro da caixa do estilo que os Grindead carregam. Este é claramente um dos pontos fortes do álbum, conseguir ter variação e coesão no mesmo espaço, o que por vezes torna-se um pouco difícil, sendo que muitos álbuns acabam por ser demasiado distintos (confusos) ou demasiado coesos (aborrecidos). Nota-se que os membros da banda estavam seguros e empenhados no projeto, havendo inclusive espaço para pequenos trocadilhos escondidos.

Destaco neste álbum as faixas “Turn Black”, “The Flood” e “Malignant Faith”, sendo esta última a mais distinta do álbum.

Os Grindead regalaram-nos com um excelente álbum, sem medo de inovar e até mesmo “brincar”. Resta ver que mudanças ao som a entrada de Alfredo Barbosa para a banda irá trazer em registos futuros. Para já, a coisa promete.