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Larvae Records
Maio 2022

João Paixão

Os Holocausto Canibal presenteiam-nos com um novo álbum de estúdio intitulado “Crueza Ferina”, sendo o primeiro com Orca nos vocais. A ele juntam-se Zé Pedro no baixo, António Carvalho nas guitarras e Diogo Pereira na bateria.

O álbum apresenta-nos um retrato de diversas tradições portuguesas, maioritariamente centrado na crueldade animal, mas não exclusivamente. Toda esta temática que envolve o álbum poderá ferir suscetibilidades, começando pela capa, uma fotografia da autoria de Rui Pires, e, principalmente nas faixas “Ad Bizarrem Morem” e “Sortilégio da Perversão”. Porém, menos que isso não era esperado de uma banda como os Holocausto Canibal.

Manter um álbum com 19 faixas dinâmico não é tarefa fácil, mas aqui os Holocausto Canibal sobressaem-se, optando pela incorporação de faixas com um bom groove, faixas mais memoráveis e um bom jogo entre instrumentos, porém, utilizando a descarga sonora e os riffs sujos que a temática do álbum pede, quando necessário. Destaque nesta matéria para as faixas “Êxodo Mortuoso” e “Aniquilação Suídea” pelo groove, para a faixa “Congregação da Flama Felídea” pela frescura, e por fim, às faixas “Anátemas Nefandos” e “Esquartejado em Segundos” pela admirável descarga sonora.

Apesar de não ser um álbum de fácil digestão para alguns, “Crueza Ferina” está bastante maturado e saboroso, mostrando-nos um lado etnográfico do gore e cativando-nos pela sua excelente musicalidade.

Holocausto Canibal – “Crueza Ferina”

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