
Ethereal Sound Works
Setembro 2022


João Paixão
Os Living Tales, banda portuense de metal progressivo e sinfónico, apresentam-nos o seu terceiro álbum intitulado “Persephone”, lançado através do selo nacional Ethereal Sound Works.
É o primeiro álbum com a brasileira Ana Isola nos vocais, juntando-se a ela Luís Oliveira na guitarra, João Carneiro no baixo e Ricardo Carvalho na bateria. O álbum conta também com as participações especiais do antigo membro da banda Paulo Oliveira nas teclas, Iris Gonçalves no violoncelo e Tiago Quelhas (Lyzzärd) nos vocais secundários da faixa “Grit”.
O rótulo de metal progressivo e sinfónico descreve precisamente este trabalho. A segunda faixa, intitulada “Reckoning”, é a mais inclinada para o progressivo, faixa essa que conta com uma mistura bastante interessante de sonoridades e complexidade associada ao estilo. As restantes faixas são claramente mais sinfónicas, com um som ligeiramente genérico, sendo que, por vezes, surgem uns riffs de guitarras e teclados mais rebuscados que acabam por impulsionar as mesmas. Destaque nesta matéria para a proficiente secção intermédia da faixa “Immortal”.
O tema do álbum, centrado na deusa grega Perséfone, encaixa-se bem na sonoridade e os vocais de Ana Isola ressaltam-se positivamente, ainda que, por vezes, pareçam um pouco desconexos.
A partir da quinta faixa “Poem”, uma balada, o álbum acalma e perde força, faltando uma faixa para agarrar de novo o ouvinte ao trabalho. A sétima e última faixa “Odyssey” encerra o álbum com pouco menos de 15 minutos, sendo a faixa de maior duração.
“Persephone” é um bom álbum, adequado ao rótulo que leva, porém, peca por momentos levemente enfadonhos que podem desapegar um ouvinte mais extasiado, sendo necessário uma reconquista forte do mesmo.