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Realizou-se no dia 09.12.2023 a edição de inverno do Black Box Fest na cidade de Guimarães, desta vez a ter lugar na Sede D’Os Trovadores do Cano.

O cartaz apresentou duas alterações de última hora, mas a qualidade do mesmo manteve-se e as substituições revelaram-se boas escolhas.

Às 21:30 em ponto subiam ao palco os portuenses Cabbra (Creator Among Brave Believers Reaching Anarchy) que apresentaram a uma plateia ainda meio adormecida, o seu metal alternativo com faixas do seu EP “Hakona Masmata” e os singles entretanto lançados. Uma atuação bastante positiva, com boa energia, salientando-se o vocalista André Costa pelo à vontade e descontração em cima de palco atuando descalço e procurando interagir com o público.

Seguiu-se a banda polaca Hermopolis, talvez a que suscitava maior curiosidade visto serem relativamente desconhecidos. O trio apresenta um som muito característico, um doom bem arrastado em tons psicadélicos. Foram 35 minutos que conquistaram os presentes, que no final pediram inclusive um encore, mas a banda declinou, dizendo que era por uma questão de respeito à organização e às outras bandas.

Ás 23h05 entram em cena os Resurge e definitivamente as coisas começaram a aquecer. A banda esteve bastante ativa durante 2023, tendo marcado presença em vários festivais e isso foi notório na sua atuação, coesos e bem entrosados, deram-nos uma descarga de old school death metal a que ninguém ficou indiferente. Headbanging e circle pits durante todo o set deixaram os presentes e a banda bastante satisfeitos.

Após uns minutos de descanso, chegavam os cabeças de cartaz Besta. Faziam a sua estreia na cidade berço depois de não terem podido comparecer na edição de junho do festival. E que estreia! Atuação simplesmente demolidora. Trazendo na bagagem o muito aclamado “Terra em Desapego” e com uma rodagem considerável na estrada, provaram que são atualmente uma das principais bandas do grindcore nacional. A reação do público foi fantástica com muita adrenalina e certamente ficaríamos ali todos mais uma hora a ouvir o ritual da Besta, mesmo depois das 27 músicas tocadas, conforme fez questão de realçar o vocalista Paulo Rui. Sem dúvida uma noite para recordar esta dos Besta em Guimarães.

Finalmente, para fechar a noite, tivemos os Vectis da cidade do Porto, uma banda que pessoalmente tinha muita curiosidade em ver. E as expectativas foram superadas, o grupo apresenta um estilo muito característico, misturando o thrash com o black metal, do qual resulta um som bastante interessante.

Para além das faixas originais e de temas a incluir num próximo split álbum, apresentaram uma cover de “666” dos Toxic Holocaust. O público, rendido à atuação da banda, obrigou-os a dois encores e mais seriam se assim fosse possível. Definitivamente uma banda a rever.

E assim se fechava a edição do Black Box Fest, numa noite fria e chuvosa, mas que contou com uma presença bem apreciável de headbangers, num local com excelentes condições. Até ao próximo Black Box Fest!

Rui M. Teixeira