Reportagem: Carlos Guimarães.
Edição Vídeo: Carlos Guimarães.
Captação Vídeo: Carlos Guimarães, Nuno Reis e Rui Teixeira.
Depois da alteração de última hora, este concerto acabou por se realizar na sala 1 do Hard Club do Porto. O encerramento do Bourbon Room por parte da Câmara Municipal ia complicando a vida aos fãs dos Angra e, mesmo assim, motivou a mudança da data de um sábado para uma quinta-feira. Felizmente a promotora Notredame e a banda conseguiram esta alteração, possibilitando assim a presença da banda brasileira no Norte do País.
As portas abriram-se muito mais tarde do que o previsto. Aliás, quando abriram, ainda os Witherfall estavam a ultimar o seu line-check. Isto ocorreu devido ao atraso na chegada das bandas ao Porto. Mesmo assim, ninguém esmoreceu e a banda norte-americana já tinha a sala 1 muito bem composta quando deu os acordes iniciais de “Tempest”. Era com muita curiosidade que esperava a atuação dos Witherfall pois o seu último disco “Sounds of the Forgotten” reúne excelentes malhas de power metal norte-americano, na linha de uns Sanctuary, Nevermore ou mesmo Iced Earth. No entanto, o som estava demasiado confuso para podermos desfrutar de músicas como “Insidious”, “They Will Let You Down”, “Where Do I Begin?” ou “Ceremony of Fire”. O grande destaque vai para os talentosos guitarrista Jake Dreyer e baixista Anthony Crawford.
Deste concerto captamos em multicam o tema “Moment of Silence” do álbum “A Prelude to Sorrow” de 2018.
Bastava passear pelo recinto da Sala 1 para perceber que a grande maioria do público presente era de origem brasileira. E isso ficou bem audível quando se gritava “Angra! Angra” mas com sotaque brasileiro. É comum ler nas redes sociais queixas do público portuense pelo facto de as bandas internacionais não passarem pelo norte do País. Mas quando isso acontece, infelizmente não marcam presença. Felizmente isto não se notou esta noite devido à grande afluência brasileira.
Os Angra abriram o concerto com dois clássicos – “Nothing to Say” e “Angels Cry” – e logo aí agarraram o público. Depois veio “Tide of Changes”, o primeiro dos temas do último “Cycles of Pain” apresentado nesta noite. Após “Newborn Me” veio “Lisbon” que Fabio Lione trocou por “Porto” no último refrão. Depois deste momento alto, os Angra voltaram ao novo disco com “Vida Seca” e “Dead Man on Display” e mais tarde tocariam também “Cycles of Pain” e “Ride into the Storm”.
Em palco a banda brasileira é irrepreensível. A secção rítmica com Bruno Valverde e Felipe Andreoli é uma máquina bem oleada, um mais efusivo do que outro mas ambos muito talentosos. Os guitarristas Marcelo Barbosa e Rafael Bittencourt complementam-se na perfeição dado os seus estilos bem diferentes. Quanto a Fabio Lione é sem dúvida um grande vocalista, detentor de uma voz única e foi de saudar a sua tentativa bem conseguida em comunicar em português.
O encore ficou reservado para mais dois clássicos “Carry On” e “Nova Era”, encerrando em beleza uma grande noite.