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Terramorta – “Chronophobia”

 

Data: Fevereiro/2024

Edição: Magnus Pike Records

Formato: Álbum

Os Terramorta, compostos por Seer, Nero Sangrus, HellVigário, Sargervs e Lycan, membros que participaram em diversos projetos musicais como os Venial Sin, Morbius, Infernal Kingdom, Crown Of Grief e Arcanvm Woods, não são apenas mais uma banda, mas sim um símbolo da força e da vitalidade do Heavy Metal nacional, e surgem não só com vontade de inovar o mesmo, mas, também, de mostrar uma imponência única ao vivo.

Estruturados numa sonoridade Symphonic Black/Death Metal, os Terramorta rasgaram as cortinas do nosso underground, lançando no passado fevereiro, o álbum de estreia intitulado “Chronophobia”, composto por 11 faixas, uma duração total de 42 minutos e 38 segundos, que nos leva para uma jornada muito reflexiva, que transcende fronteiras, onde riffs pesados se entrelaçam com melodias sinfónicas, atmosféricas e obscuras, com vocais guturais, solenes que ecoam por diversas paisagens sonoras épicas, cheias de energia e criatividade, com a pretensão de chegar a nós como uma obra de arte impressa, mas cheia de vida.

“O álbum retrata uma reflexão sonora sobre a efemeridade da existência humana, onde cada batida do coração ecoa a inevitabilidade implacável do relógio, espelhada em temas produzidos em ordem sequencial e compostos por sinfonias de sons dissonantes e harmonias cativantes, assegurando uma jornada musical de início ao fim.”

Assim, a abertura com “The Chaos Begins” é o cartão de visita para o que nos pode esperar seguido de “Chronophobia”, faixas que representam muito bem o conceito do álbum, com Black/Death Metal sinfónico que prende a atenção do ouvinte, deixando alguma inquietação no ar e onde os vocais guturais combinam perfeitamente com a melodia e o ritmo, criando uma experiência sonora única.

Uma das coisas que por vezes me cansa neste género musical é a construção de faixas um pouco mais longas, que tendem a ser algo repetitivas na sua estrutura e para as quais os meus ouvidos já não dão atenção. Mas falar em temas como “Welcome To The Belic Gore” e “Your God Is A Lie” é precisamente o argumento que preciso para provar a minha teoria: faixas curtas, dinâmicas, sem aqueles momentos longos e repetitivos e onde toda a atmosfera criada é intensa e muito emotiva tornando-se rapidamente como referências em “Chronophobia”. Genial!

A jornada continua um pouco mais morna, mas, sem deixar de ser empolgante, no entanto não posso deixar de destacar “Presságio”, “Morte” e “Post Mortem” temas muito interessantes que facilmente deixam a sua marca de forma brilhante.

“Chronophobia”, na minha opinião e é disso que se trata, tem na simplicidade de algumas composições a base do seu sucesso. Não se tratam de composições muito técnicas mas que funcionam perfeitamente naquilo que é o conceito definido pela banda e que naturalmente pode ter um papel de referência futura no nosso underground. Ambicioso e arrojado, é um álbum obrigatório para os fãs do género e acredito que mais um capítulo se escreve assim na história do nosso underground.

Miguel Correia

Nota da Review: 8,5
Nota da Equipa: 8,3